quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Autismo e Escola

Autismo e Escola

O tema de hoje é extremamente apropriado para a época: a volta às aulas.

A busca da escola ideal para uma criança autista é uma tarefa árdua e muitas vezes resulta em escolhas que, mais tarde, causam frustração em pais e professores.

A incidência de autismo, nos EUA, em 2006, era de 1 para cada 110 nascimentos, de acordo com o Center of Disease Control and Prevention. Em 2010, conforme pesquisa do governo dos EUA, os casos de autismo subiram para 1 em cada 68 crianças com 8 anos de idade.

O número tende a crescer ainda mais. Mesmo o autismo podendo ser detectado aos 2 anos de idade, a maioria dos casos só é detectada a partir dos 4 anos.

As maior parte das escolas não apresentam preparo técnico e emocional para receber crianças com autismo. Apesar dos número alarmantes, muitos profissionais da Educação não sabem explicar o que é o autismo e como lidar com as crianças portadoras desse transtorno.

O autismo afeta três áreas de suma importância no desenvolvimento da criança: comunicação, socialização e comportamento. Essas áreas são trabalhadas no ambiente escolar, exigindo do professor um conhecimento mais aprofundado do transtorno em questão.

Os autistas possuem uma sensibilidade sensorial fora do comum. Eles podem ter aversão a determinados alimentos simplesmente pela sua textura. Assim como determinadas roupas, dependendo do tecido, causam grande estresse na criança, se for obrigada a usa-la. Ao mesmo tempo que possuem tal sensibilidade sensorial, os autistas possuem uma aparente resistência à dor, manifestando choro ao se machucar somente em último caso.

Muitos confundem o autismo com crises de birra. Entretanto, quando uma criança autista entra em desorganização consigo mesma e com o ambiente, é necessário tranquiliza-la ao invés de critica-la e puni-la. Não significa que a criança deve fazer o que bem entende, mas ao seu lado ela necessita de um adulto que a compreenda e que lhe passe segurança. Se a comunicação e a socialização são as áreas mais afetadas no autismo, é evidente que ao se estressar e ao se desorganizar, a criança não saberá como fazê-lo e se manifestará de forma “socialmente inadequada”.

Seguem algumas características do autismo:

1.Dificuldade de relacionamento com outras crianças;
2.Riso inapropriado;
3.Pouco ou nenhum contato visual;
4.Aparente insensibilidade à dor;
5.Preferência pela solidão; modos arredios;
6.Rotação de objetos;
7.Inapropriada fixação em objetos (apalpá-los insistentemente, mordê-los);
8.Perceptível iteratividade ou extrema inatividade;
9.Ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
10.Insistência em repetição, resistência em mudança de rotina;
11.Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo);
12.Procedimento com poses bizarras (fixar objetos ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares…);
13.Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal);
14.Recusa colo ou afagos;
15.Age como se estivesse surdo;
16.Dificuldade em expressar necessidades (usa gesticular e apontar no lugar de palavras);
17. Acesso de raiva (demonstra extrema aflição sem razão aparente);

Vale a pena ressaltar que nem todos os autistas apresentarão todas as características mencionadas acima.

Os autistas costumam parecer alheios às situações de ensino-aprendizagem, mas muitas vezes eles estão ouvindo e prestando atenção de um jeito único. São auto didatas e possuem facilidade com o aprendizado de idiomas e informática.

È importante que a escola rompa as barreiras, pois quando você rotula, as pessoas não vão espontaneamente ajudar a romper tais barreiras; ao passo que, quando não se sabe que a criança é autista, há curiosidade para essa conquista.

O ingresso de uma criança autista em escola regular é um direito garantido por lei, como aponta o capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que trata sobre a Educação Especial. 

O fato da escola receber uma criança autista é um desafio no cenário da Educação em nosso país, já que a escola atual não é feita para todos. Na inclusão, não é a criança que se adapta à escola, mas a escola que para recebê-la deve se transformar.

Entretanto, para que a escola possa desempenhar um bom papel, o trabalho deve ser multidisciplinar. A equipe que trabalha com a criança autista deve ser formada de professores, terapeutas e o médico responsável.
Os autistas possuem habilidades fantásticas, e é nelas que o profissional da Educação deve se pautar, deve investir.

Se você é pai/mãe de Autista, tem a importante missão de disseminar o tema Autismo nas escolas e na sociedade em geral. Geralmente os pais são os que mais possuem conhecimento sobre esse transtorno tão enigmático. Médicos, muitas vezes, não possuem preparo e informações suficientes, como a rotina de uma criança autista, a parte educacional e social. Já levei meu filho, hoje com 10 anos, a diversos pediatras que não tinham experiência com Autismo, mesmo com crescentes números de casos pelo Brasil e mundo afora.

Se você é profissional da Educação, saiba que você pode mudar o cenário atual em sua escola, conquistando esse aluno pelo simples fato de entender suas limitações, mas acima de tudo que ele é uma criança que merece o respeito como qualquer outra. Professor, você pode mudar a vida de muitas crianças, tenham elas autismo ou não! Pense nisso!

Abraços azuis!

Loana Teixeira

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