terça-feira, 11 de novembro de 2014

Mas afinal, o que é autismo?

Muito tem se falado em autismo ultimamente, mas a falta de conhecimento sobre esse assunto ainda é assustador!
É muito comum, ao dizermos que nosso filho é autista, escutar do outro lado a seguinte frase:
- "Nossa, mas nem parece!"

E como deveria parecer um autista? Afinal, o que é autismo?

O autismo é um transtorno global de desenvolvimento, na maior parte das vezes percebido na primeira infância. As pessoas com autismo sofrem alterações no desenvolvimento da comunicação e da socialização. Entretanto, muitas crianças autistas possuem inteligência e sistema cognitivo intactos, enquanto outras apresentam déficit intelectual avançado.


Símbolo do autismo: fita de quebra-cabeça


Sintomas

Muitos são os sintomas apresentados na primeira infância (0 a 3 anos) que possibilitam aos pais, cuidadores e educadores a detecção de características autísticas. Aqui seguem os principais, considerados marcantes e de grande relevância nas avaliações:

- dificuldade de relacionamento com outras pessoas
- falta de interesse em brincar com outras crianças de sua faixa etária
- atraso no desenvolvimento da linguagem
- ecolalia (repetição de palavras ou frases)
- preferência pelo isolamento (prefere ficar sozinho)
- caminhar na ponta dos pés
- contato visual diferente dos demais (pode ser pouco ou nenhum)
- ausência de noção de perigo 
- fixação por determinados objetos (pode descontrolar-se se o objeto lhe for tirado)
- acessos de raiva sem razão aparente
- desorganização sensorial (principalmente tátil e auditiva)

Segundo a ASA (Autism Society of America), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas.

Levando ao especialista


É muito comum que  professores de crianças com suspeita de autismo solicitem à família uma avaliação, já a escola é o local onde a criança passa muitas horas de seu dia, tornando-se mais perceptível certas dificuldades como comunicação, interação com outras crianças e respostas aos métodos convencionais de ensino. Geralmente são as crianças são encaminhadas à neuropediatras, psicólogos, psicopedagogos ou psiquiatras infantis.
Uma avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas avalie a criança com suspeita de autismo. Fatores que comumente são analisados:

- habilidades de pensamento
- habilidades motoras
- desempenho escolar
- desenvolvimento social
- comunicação
- histórico familiar

“O autismo não é um transtorno com uma causa, mas um grupo de transtornos relacionados com muitas causas diferentes”

Autismo: Manual para as Famílias – Autism Speaks


Causas do Autismo

Embora atualmente seja possível diagnosticar o autismo mais facilmente, pouco se sabe sobre suas causas. Fala-se muito sobre causas genéticas, quando algumas acontecem espontaneamente e outras são herdadas. Entretanto estudos recentes indicam também que o autismo não é regido apenas por causas genéticas. Diversos estudos tentam provar que a origem do autismo também poderia ter explicações nas causas ambientais no desenvolvimento do feto como stress, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos.

Existe um mito sobre o autismo que diz que pessoas autistas não desejam relacionar-se e preferem o isolamento vivendo apenas em seu próprio mundo. Na realidade este 'desinteresse' é facilmente confundido com 'dificuldade'. Como o autista pode ter grandes dificuldades em dar continuidade a diálogos e em expressar seus sentimentos, as pessoas interpretam que eles desejam o isolamento.


Acho que meu filho é autista, e agora?

Para ajudar uma criança com suspeita de autismo, o primeiro passo é a aceitação de que ela precisa de ajuda. Alguns ajustes ao longo de sua vida precisarão ser feitos, já que vivemos numa sociedade onde há regras e pessoas com autismo precisam adaptar-se às mesmas.
O preconceito impede o avanço de qualquer tentativa de tratamento!
Com amor e paciência a criança consegue ser estimulada e sentir-se mais segura! 
Procure cercar-se de profissionais que entendam do assunto, procurando mais de uma opinião. Participar de grupos de ajuda e de pais que encontram-se na mesma situação pode ser muito útil para a troca de experiências.

Nas próximas postagens estarei falando um pouquinho mais sobre a 'pós-descoberta' do autismo e seu impacto na família, bem como sugestões de livros, filmes e as atuais opções de tratamento.

Abraços azuis!

Loana Teixeira
Convívio Azul



Nenhum comentário:

Postar um comentário